Milena Ruth Pignatta – UNP Distrito Federal

Meu nome é Milena, sou obreira há 16 anos e voluntária da UNP no Distrito Federal há 6 anos. Lembro-me como se fosse hoje: em maio de 2019, meu esposo recebeu uma ligação do nosso pastor informando que, a partir daquele momento, faríamos parte da UNP. Era de manhã, e fiquei extremamente feliz, pois seria algo muito diferente de tudo o que eu vinha realizando até então.

Pouco depois, ocorreu a reunião de consagração dos novos voluntários e, semanas depois, meu primeiro trabalho dentro de um presídio: um café da manhã para 100 internos. Fiquei imensamente grata por essa missão, embora não entendesse plenamente por que Deus estava confiando tamanho encargo a uma “novata” no grupo. Foi a minha primeira vez em uma unidade prisional.

Aquele dia transcorreu de forma perfeita. Vi, em cada alimento e em cada detalhe daquela manhã, a oportunidade de mostrar aos detentos o amor do Senhor Jesus e de que não haviam sido esquecidos por Ele.

Passados seis anos, ainda trago isso dentro de mim: vejo “Jesus” em cada item doado. Essa é a minha fé, pois entramos, em Seu Nome, nesse lugar sombrio para salvar.

Costumo dizer — e continuarei afirmando — que existe um antes e um depois no meu ministério após ingressar na UNP. Precisei aprender a praticar compaixão, a enxergar o próximo sem julgamentos, a dedicar meu tempo e a sacrificar-me por pessoas rejeitadas pela sociedade, além de buscar o Espírito Santo com mais fervor, tendo como único objetivo ajudar cada vez mais mulheres.

Vivi inúmeras experiências que jamais imaginei vivenciar, mas duas me marcaram profundamente.
A primeira foi no presídio feminino, quando uma interna me contou que havia sido obreira durante 14 anos. Segurei o choro até sair de lá, pois senti imensa tristeza ao vê-la atrás das grades, quando deveria estar ao meu lado pregando a Palavra de Deus.

A segunda foi em um presídio masculino, enquanto preparávamos um café. Um interno gritou o nome do meu esposo e, ao se aproximar, ele reconheceu um rapaz que, tempos atrás, participava com ele do grupo jovem.

Infelizmente, situações assim são comuns para os voluntários. Ainda assim, são marcantes, pois envolvem pessoas que conheciam a Palavra e, hoje, precisam ser resgatadas.

Sou grata a Deus por Sua infinita misericórdia — somente quem já a experimentou pode compreender — e por permitir que eu seja usada nesta obra grandiosa.

O trabalho evangelístico da UNP é voltado para salvar almas e, ao mesmo tempo, enche-nos de temor, ajudando-nos a permanecer firmes até o fim.

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